quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Os Cavaleiros Templários


Os Cavaleiros Templários Os Cavaleiros Templários 

No ano 1118, Jerusalém já era um território cristão. Assim, nove monges veteranos da primeira Cruzada, entre eles Hugh de Payen e Gogofredo de Saint Omer, dirigiram-se ao rei de Jerusalém Balduíno I e anunciaram a intenção de fundar uma ordem de monges guerreiros. Dentro de suas possibilidades, se encarregariam da segurança dos peregrinos que transitavam entre a Europa e os territórios cristãos do Oriente.
Os membros fizeram votos de pobreza pessoal, obediência e castidade. Os denominados Pobres Cavaleiros de Cristo se instalaram numa parte do palácio que foi cedida por Balduíno, um local que outrora foi o Templo de Salomão. Por isso ficaram conhecidos como Cavaleiros do Templo, ou Cavaleiros Templários. Apenas em 1127 no Concílio de Troyes, o Papa Honório II outorgou a condição de Ordem, concedendo um hábito branco com uma cruz vermelha no peito. O símbolo era um cavalo montado por dois soldados, numa alusão a pobreza.
A Ordem desenvolveu uma estrutura básica e se organizou numa hierarquia composta de sacerdotes até soldados. A esta altura, constituída não apenas por religiosos mas principalmente por burgueses, os Templários se sustentavam através de uma imensa fortuna que provinha de doações dos reinados. Durante um período de quase dois séculos, a Ordem foi a maior organização Militar-Religiosa do mundo. Suas atividades já não estavam restritas aos objetivos iniciais. Os soldados templários recebiam treinamento bélico; combatiam ao lado dos cruzados na Terra Santa; conquistavam terras; administravam povoados; extraíam minérios; construíam castelos, catedrais, moinhos, alojamentos e oficinas; fiscalizavam o cumprimento das leis e intervinham na política européia. Além de aprimorarem o conhecimento em medicina, astronomia e matemática. Houve até mesmo a criação de um sistema semelhante ao dos bancos monetários atuais.
Ao iniciar a viagem para a Terra Santa, o peregrino trocava seu dinheiro por uma carta de crédito nominal que lhe era restituída em qualquer posto templário. Assim, seus bens estavam seguros da ação de saqueadores. O poder dos Templários tornou-se maior que a Monarquia e a Igreja.




chartres01 Os Cavaleiros Templários




As seguidas derrotas das Cruzadas no século XIII, comprometeram a atividade principal dos Templários, e a existência de uma Ordem Militar com tais objetivos já não era necessária. Neste mesmo período, o Rei Felipe IV – O Belo – comandava a França. Diferente da maioria dos monarcas que eram subalternos à Igreja, Felipe se engajava em campanhas aliadas ao Clérigo, em troca de benefícios políticos.
Felipe IV devia terras e imensas somas em dinheiro aos Templários. Assim, propôs ao arcebispo Beltrão de Got uma troca de favores. O monarca usaria sua influência para que o religioso se tornasse Papa. Por sua vez, Beltrão de Got se comprometeria a exterminar a Ordem dos Templários assim que alcançasse o papado. Apenas um Papa possuía poder político para fazê-lo. No ano de 1305, Beltrão de Got sobe ao Trono de São Pedro como o Papa Clemente V.
Neste momento tinha início as acusações contra os cavaleiros e a implacável perseguição em toda a Europa. O processo inquisitório contra os Templários se estendeu por vários anos sob torturas e acusações diversas, como heresia, idolatria, homossexualismo e conspiração com infiéis.
Os condenados eram levados à fogueira da Inquisição. Na França, o último Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay, e outros 5 mil cavaleiros foram encarcerados pelos soldados do Rei Felipe.
Na Grã-bretanha, a Ordem foi dissolvida pelo Rei Eduardo II. Na Alemanha e Suíça, os Cavaleiros foram declarados inocentes mas a Ordem também foi suprimida. Finalmente, em 18 de março de 1314, Jacques de Molay foi levado à fogueira da Santa Inquisição às margens do Rio Sena, em Paris.
Há uma lenda, que agonizante em meio às chamas, o líder dos Templários amaldiçoou o Papa Clemente V e o Rei Felipe, dizendo que se os Templários tivessem sido injustamente condenados, o Papa morreria em no máximo 40 dias e o Rei dentro de um ano. O Papa morreu 33 dias após a execução de Molay e o Rei em pouco mais de 6 meses.

Em toda a Europa, a Ordem dos Templários foi oficialmente extinta. Seus bens, o imenso contingente do exército e sua estrutura foram diluídos em outras Ordens menos expressivas. Atualmente, a Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria se consideram ascendentes diretas dos Cavaleiros Templários.
No início de sua história, a Maçonaria, só admitia em seu seio os que praticavam a arte da construção. Era a época das grandes catedrais, das pontes, das cidades “modernas” . A arquitetura, então, era considerada uma arte real porque tinha a simpatia da nobreza, e uma arte sagrada porque a maioria de seus obreiros se empenhavam na construção de templos destinados ao culto de Deus.
Mas, para muitos, a origem das sociedades secretas de construtores, chamadas Guildas, na Europa (que atingiu seu auge no século XVIII), está vinculada à criação, em 1.118, da Ordem dos Templários (Soberana Ordem dos Cavaleiros do Templo de Jerusalém), a mais importante ordem religiosa militar de todo o período medieval.
Sua função seria garantir a guarda dos lugares santos da Palestina (as cidades onde Jesus tinha vivido) e proteger os cristãos peregrinos .
Os cavaleiros da Ordem obedeciam a regras bastante rígidas: faziam voto de castidade, pobreza e obediência, assumiam o compromisso de aceitar combates em que um único templário enfrentaria até três inimigos. A Ordem dos Templários estava dividida em três classes: a dos Clérigos ( formada por sacerdotes), a dos Irmãos Leigos (que serviam como escudeiros) e a dos Cavaleiros (os soldados, a força combatente). Os cavaleiros tinham, obrigatoriamente, origem nobre, e cabia a eles governar a instituição. Como única força militar organizada da época, os Cavaleiros do Templo formavam também o contingente dos exércitos europeus. Iam para as Cruzadas (missões militares que pretendiam transformar a Palestina em território cristão) e traziam muitas riquezas do Oriente.
Além disso os Templários revelaram-se hábeis negociantes, e souberam beneficiar-se da necessidade que os governantes tinham de seus serviços transformando-se, em pouco tempo, em donos de uma incalculável fortuna em ouro. Províncias inteiras foram colocadas sob sua guarda, e os templários acabaram por se tornar verdadeiros “senhores do mundo” , livres do pagamento de impostos e subordinados apenas ao papa.
Ao mesmo tempo, os templários enviavam trabalhadores cristãos para a construção de estradas, pontes, igrejas e fortalezas no Oriente. Mas, apesar de todo o seu poder, a Ordem dos Templários teve vida curta. Seu ouro despertava a cobiça de muitos reis, e, no início do século XIV, Felipe, o Belo, rei da França, em acordo firmado com o papa Clemente V, instaurou um severo processo contra os templários. Como pretexto, utilizaram as cerimônias iniciáticas da Ordem, classificado-as como heréticas (contrárias à religião católica).

Acusados por práticas demoníacas, feitiçaria e adoração de ídolos, cerca de 15 mil templários foram condenados a morte nas fogueiras da Inquisição entre eles seu mais famoso líder Jacques de Moley, enquanto Felipe apossava-se de todos os seus bens.
Embora oficialmente extintos, os templários não deixaram de existir. Os trabalhadores enviados para as construções no Oriente voltaram para a Europa trazendo em sua bagagem uma série de novos conhecimentos que influenciaram os construtores europeus. Agruparam-se em corporações chamadas Compagnonnage (Companheirismo, em francês) e por uma série de afinidades, principalmente profissionais, aproximaram-se das Guildas.
Quando esses grupos uniram, mesclando seus conhecimentos e suas tradições, nasceu a chamada Maçonaria Operativa , que mais tarde viria a se tornar a Maçonaria Moderna.
No final do século XVI, as tendências filosóficas mais liberais ganhavam força em toda a Europa. As ciências naturais, a indústria e o comércio evoluíam como nunca acontecera antes. Com todo esse avanço, os segredos de construção – até aquele momento muito bem guardados pelos membros das Guildas – estavam ao alcance de todos. Dessa maneira, as organizações formadas pelos francomaçons (construtores livres) perdiam seu sentido.
Então, para se renovar e recuperar forças, a Maçonaria abriu suas portas a qualquer homem de bem que nela desejasse ingressar. É nesse momento que nasce a Maçonaria Moderna, chamada de especulativa ou filosófica. Nela, ingressam artistas, filósofos, enfim, livres-pensadores de todo o mundo, que passam a ser conhecidos como maçons aceitos.
É em Londres, em 24 de junho de 1.717 que se forma a primeira Grande Loja Maçônica do mundo. Exatamente na Inglaterra, berço do Protestantismo, onde o rei Henrique VIII erguera-se contra o Vaticano fundando a Igreja Anglicana. Por esse motivo, grande parte dos maçons aceitos era protestante, e, no ano de 1.723, quando é promulgada a 1ª Constituição Maçônica ( elaborada pelo reverendo anglicano James Anderson), a Maçonaria concede a seus integrantes liberdade de culto, exigindo apenas a crença em um deus único: “O Grande Arquiteto do Universo”.
A reação da Igreja Católica contra essa liberalidade demorou quinze anos, até que o papa Clemente XII, em documento oficial, acusa os maçons de heresia e ameaça os fiéis que se aproximassem da Ordem com a excomunhão. Nos países católicos, como Itália, Portugal, Polônia e Espanha, muitos maçons são perseguidos pela Inquisição e condenados à morte. Diante desse quadro, os maçons não tiveram outra alternativa senão começar a agir secretamente.
Seus encontros passaram a acontecer em desertos pátios de igrejas, altas horas da noite. E, mesmo assim, eles não deixaram de atuar na sociedade em que viviam, mantendo em segredo sua condição de maçom. Um grande número deles ingressou na política e participou de lutas sociais, sempre na defesa das causas libertárias e progressistas.
Influenciaram episódios importantes como a Revolução Francesa ( no século XVIII ) a independência dos Estados Unidos e de muitos países da América do Sul, em cada país, em cada cidade, instalou-se uma loja maçônica. E seu ideal de Igualdade, Liberdade e Fraternidade – o lema da Revolução Francesa – nunca mais deixou de fazer eco em todo o mundo.

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